Com a chegada do fim do ano, é comum sermos inundados por reflexões sobre tudo o que vivemos nos últimos meses. Redes sociais, propagandas e até conversas casuais frequentemente reforçam a ideia de que deveríamos "fechar o ano com chave de ouro". Essa expressão, muitas vezes inofensiva, pode se tornar um fardo quando internalizamos a expectativa de alcançar um final perfeito .
A pressão por um desempenho impecável — seja em projetos profissionais, na vida pessoal ou em metas de saúde e bem-estar — pode gerar um estresse significativo. Afinal, quantas vezes você olhou para sua lista de resoluções de Ano Novo e sentiu um aperto no peito ao perceber que não aconteceu tudo o que planejou?
O peso das expectativas irreais
Na psicanálise, entendemos que as expectativas que criamos para nós mesmos muitas vezes carregam raízes mais profundas. Elas podem estar associadas a ideais internalizados desde a infância: o desejo de ser admirado, aceito ou considerado bem-sucedido. Quando esses ideais se tornam rígidos, eles se transformam em uma fonte de frustração e sofrimento.
Tentar corresponder a uma imagem irreal de perfeição faz com que nos desconectemos da realidade: a vida, com suas nuances, não é linear. Há avanços, retrocessos, conquistas e perdas. Quando exigimos de nós mesmos um “ano perfeito”, ignoramos os altos e baixos que fazem parte do nosso crescimento emocional.
O impacto emocional
Essa pressão pode se manifestar de diferentes formas:
Ansiedade : uma sensação constante de que "não fiz o suficiente".
Culpa : um sentimento de inadequação por não atingir metas.
Desvalorização : enxergar as conquistas reais como insuficientes ou pequenas.
Esses sentimentos causam uma desconexão com o presente, dificultando a valorização das aprendizagens e dos momentos de alegria que, mesmo em meio às adversidades, acontecem ao longo do ano.
Aceitando os altos e baixos
Aceitar os altos e baixos da vida é um processo essencial para construir uma relação mais saudável consigo mesmo, permitindo uma maior compreensão e acolhimento de suas próprias limitações e potencialidades. Isso envolve:
Reavaliar expectativas : pergunte-se se as metas traçadas eram realmente suas ou influenciadas por pressões externas.
Valorizar as conquistas reais : mesmo que pequenas, elas são significativas.
Aceitar o incompleto : entender que nem tudo precisa ser concluído ou perfeito para ser válido.
Esse movimento de aceitação pode ser difícil, especialmente em uma cultura que valoriza resultados rápidos e tangíveis. No entanto, é essencial para o desenvolvimento de uma autoestima mais sólida.
Cultivando um novo olhar para o fim do ano
Em vez de focar em "fechar com chave de ouro", que tal perguntar: "O que este ano me ensinou?". Cada experiência, seja ela boa ou ruim, contribuiu para o seu crescimento. Talvez o aprendizado tenha vindo de um desafio inesperado ou de um momento de pausa forçada que o ajudou a se reconectar consigo mesmo.
Trocar o peso da perfeição pelo foco no aprendizado permite que você entre no próximo ano com menos cobranças e mais conquistas pessoais.
Como a terapia psicanalítica pode ajudar
Se você sente que a pressão por cumprir padrões externos tem sido uma constante em sua vida, a psicoterapia psicanalítica pode ajudar. Esse processo oferece um espaço para reflexão sobre suas expectativas, explorar as raízes dessas demandas internas e encontrar caminhos mais saudáveis para lidar com as frustrações.
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Lembre-se: não existe “o ano perfeito”, mas sim uma jornada cheia de aprendizados.
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