Maternidade Real: Ser "Boa o Bastante" é Melhor Que Ser Perfeita
- Por Carolina Girardelli
- 9 de mai.
- 2 min de leitura

Todo mundo já ouviu falar que ser mãe é um dos trabalhos mais difíceis do mundo. Mas o que realmente significa exercer a maternidade? E será que precisamos ser mães perfeitas para criar filhos emocionalmente saudáveis?
A verdade é que não existe mãe perfeita – e está tudo bem. O que importa, na construção de um vínculo seguro, é a presença consistente e afetuosa, não a ausência de falhas.
O Mito da Mãe Perfeita
Vivemos em uma sociedade que idealiza a maternidade: a mãe que nunca se cansa, que sempre tem paciência, que equilibra carreira, casa e filhos sem reclamar. Essa imagem não só é irreal, como pode ser prejudicial.
A psicologia nos mostra que pequenas frustrações são necessárias para o desenvolvimento da criança. Quando uma mãe erra – esquece um lanche, perde a paciência, precisa trabalhar e não está sempre disponível –, ela está, sem querer, ensinando ao filho que o mundo não gira em torno dele. E isso é saudável.
Muitas mulheres carregam culpa por não corresponder a esse ideal impossível. É aí que a psicoterapia pode ser uma aliada, ajudando a distinguir entre as expectativas irreais e o que realmente importa no cuidado com os filhos.
Maternidade Não é Sobre Sangue, é Sobre Cuidado
Nem toda mãe é aquela que gerou, e nem toda mulher que gera um filho se torna, de fato, mãe. A maternidade vai muito além da biologia – é sobre quem cuida, quem acolhe, quem se doa.
Pode ser uma avó, uma tia, uma mãe adotiva, um pai que assume sozinho a criação, uma madrinha presente. O que define a função materna é a capacidade de oferecer segurança e amor, criando um porto seguro para que a criança se desenvolva.
Os Desafios de Cuidar em um Mundo Cheio de Cobranças
Hoje, as mães (e cuidadores em geral) são pressionadas a desempenhar múltiplos papéis com excelência: trabalhar fora, manter a casa organizada, estar sempre emocionalmente disponível, cuidar da aparência, da vida social... É cansativo. E impossível.
É comum que, nesse processo, surjam angústias, dúvidas e até sentimentos de inadequação. Conversar sobre essas questões – seja com outras mães, seja em um espaço terapêutico – pode trazer alívio e novas perspectivas.
Mas a boa notícia é: não precisamos ser perfeitas. Basta sermos "boas o bastante" – oferecer um cuidado suficiente para que a criança se sinta amada e segura, mesmo com os altos e baixos da vida.
O Que Realmente Importa na Maternidade?
No fim das contas, o que fica para uma criança não são os jantares perfeitos ou a casa impecável, mas a sensação de que havia alguém ali, de verdade. Alguém que olhava nos seus olhos, que abraçava nos momentos difíceis, que ria junto, que às vezes errava, mas sempre tentava acertar.
Ser mãe não é sobre controle, é sobre entrega. Não é sobre perfeição, é sobre presença. E, mais do que qualquer outra coisa, é sobre amor em movimento – um amor que se adapta, que falha, que se reconstrói, e que, no fim, é sempre "bom o bastante".
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