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Você já ouviu falar em Baby Blues?


Em nossa cultura o nascimento de um filho está totalmente relacionado à felicidade e a completude na vida de uma mulher. Poucas são informadas e preparadas para lidarem com os sentimentos ambivalentes e mudanças que ocorrem em sua vida com a chegada do bebê.

A sociedade somente aceita sentimentos positivos em relação a maternidade fazendo com que muitas mulheres se sintam estranhas e culpadas ao perceberem-se tristes e inseguras, com isso, procuram negar estes sentimentos, escondendo do marido e da família e acabam por não procurar ajuda.

Vocês sabiam que é normal as mulheres sentirem tristeza materna após o nascimento do bebê e que isso ocorre com aproximadamente 80% das mulheres?

O baby blues ou tristeza materna é um estado de humor depressivo que costuma acontecer a partir da primeira semana depois do parto. Ele está relacionado ao processo de transformação física e psíquica que a mulher normalmente passa durante a gravidez e o puerpério (pós-parto).

Durante a gestação a mulher vê seu corpo se transformar. Quando o bebê nasce a nova mãe não reconhece o próprio corpo, já que não é o de uma grávida e nem tampouco voltou a sua forma anterior. Surgem sentimentos de insegurança em relação à sua auto-imagem corporal, afetando sua auto-estima. Em paralelo, sente-se insegura ao ver seu bebê real, pois está em um processo de aprendizado e ainda não sabe como ser mãe. Para se somar a este cenário ela e o marido estão em um processo de adaptação à nova configuração familiar, pois agora existe um terceiro elemento, o bebê. Neste processo a nova mãe precisa encontrar um equilíbrio entre ser mulher e ser mãe, ou seja, entre sua sexualidade e a maternidade, de forma a manter preservada a sexualidade do casal e também cuidar desse novo ser humano, que é totalmente dependente dela.

Surgem sintomas como irritabilidade, mudanças bruscas de humor, indisposição, tristeza, insegurança, baixa auto-estima, sensação de incapacidade de cuidar do bebê e outros. Apesar de ser normal, envolve uma quantidade razoável de sofrimento, que pode ser atenuado ao compartilhar com pessoas que entendam esta condição como natural. Este estado regride por volta do primeiro mês, a medida que a nova mãe vai elaborando essas questões.

Vocês podem estar se perguntando como sentir tudo isso é normal?

Para dar conta dessa nova tarefa a nova mãe entra em um estado denominado “preocupação materna primária”, que vai do final da gestação até por volta do primeiro mês do nascimento do bebê. Neste período a mãe apresenta uma hipersensibilidade às necessidades do bebê e isso é extremamente importante para a formação do vínculo com a criança.

Após o parto e a volta para casa, algumas mulheres se vêem sozinhas. Seu marido e familiares voltaram à rotina normal enquanto ela tem sua vida transformada. A criança torna-se o centro de todas as atenções, toda a vida da mulher passa a ser ditada pelas necessidades do bebê. Faz parte deste período uma certa dose de humor depressivo, pois a tarefa da nova mãe é monótona e sem recompensas a curto prazo e o bebê humano é totalmente dependente dela para poder sobreviver.

Para dar conta desse novo papel a nova mãe precisa ter apoio emocional, carinho, compreensão e tranqüilidade. Precisa de alguém que a ajude a cuidar das tarefas externas, como por exemplo lembrar de pagar uma conta, pensar na arrumação da casa, no almoço, etc. Um companheiro compreensivo ou um apoio de outra pessoa da família é fundamental e reconfortante.

O apoio de um psicólogo também pode ajudar essa nova mãe a estar mais preparada para lidar com seus sentimentos e elaborar todas as transformações psíquicas necessárias para o desempenho desse novo papel.

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