Autossabotagem no Amor: Como o Inconsciente Influencia Nossas Escolhas Afetivas
- Por Carolina Girardelli
- 25 de mar.
- 3 min de leitura
Atualizado: 12 de abr.

O amor é um dos sentimentos mais poderosos e transformadores que experimentamos ao longo da vida. Ele nos conecta, nos completa e, muitas vezes, nos desafia. Mas e quando somos nós mesmos que, de forma inconsciente, criamos obstáculos para nossa felicidade amorosa? Sim, isso acontece mais do que imaginamos. A autossabotagem no amor é um fenômeno intrigante e, ao mesmo tempo, doloroso, que revela como nosso inconsciente pode influenciar diretamente nossas escolhas afetivas.
O que é Autossabotagem no Amor?
Autossabotagem é quando, sem perceber, agimos de maneira a prejudicar nossos próprios objetivos e desejos. No contexto amoroso, isso pode se manifestar de diversas formas: escolher parceiros que não estão disponíveis emocionalmente, fugir de relacionamentos saudáveis, criar conflitos desnecessários ou até mesmo terminar um relacionamento promissor sem motivo aparente.
Esses comportamentos muitas vezes são movidos por crenças internas profundas, medos e padrões emocionais que foram construídos ao longo da vida, especialmente na infância. E é aí que entra o inconsciente, aquela parte da nossa mente que guarda memórias, traumas e desejos que nem sempre conseguimos acessar de forma clara.
O Papel do Inconsciente nas Escolhas Afetivas
Segundo a psicanálise, o inconsciente é como um "porão" da nossa mente, onde guardamos experiências e emoções que, por algum motivo, não conseguimos processar completamente. Esses conteúdos inconscientes influenciam diretamente nossas decisões, inclusive no amor.
Por exemplo, uma pessoa que cresceu em um ambiente onde o amor era associado a sofrimento ou instabilidade pode, inconscientemente, buscar relacionamentos que reproduzam essa dinâmica. Isso acontece porque o inconsciente tende a repetir padrões familiares, mesmo que eles sejam dolorosos, como uma forma de tentar "resolver" aquilo que ficou mal resolvido no passado.
Outro exemplo comum é o medo da rejeição. Quem carrega esse medo pode se autossabotar, afastando-se de parceiros que demonstram interesse genuíno, como uma forma de se proteger de um possível abandono. É como se a pessoa pensasse: "Se eu me afastar primeiro, não serei rejeitado".
Como Identificar a Autossabotagem no Amor?
Reconhecer a autossabotagem nem sempre é fácil, já que ela age de forma sutil e muitas vezes disfarçada. No entanto, alguns sinais podem indicar que você está sabotando seu próprio amor:
Escolhas Repetitivas: Você percebe que sempre se envolve com o mesmo "tipo" de pessoa, mesmo sabendo que esses relacionamentos não são saudáveis.
Fuga da Intimidade: Você tem dificuldade em se abrir emocionalmente ou se sente desconfortável quando o relacionamento começa a evoluir.
Criação de Conflitos: Você tende a provocar brigas ou situações problemáticas, mesmo quando tudo parece estar indo bem.
Autocrítica Excessiva: Você se sabota achando que não merece ser amado ou que não é "bom o suficiente" para o parceiro.
Como Parar de se Autossabotar?
O primeiro passo para mudar esse padrão é tomar consciência dele. Isso pode ser feito através da auto-observação e, se possível, com a ajuda de um psicólogo ou psicanalista. A terapia é uma ferramenta poderosa para acessar o inconsciente e entender como ele está influenciando suas escolhas afetivas.
Além disso, é importante trabalhar a autoestima e o autoconhecimento. Pergunte-se: "O que eu realmente mereço em um relacionamento?" e "Quais são os medos que estão me impedindo de me conectar profundamente com alguém?". Essas reflexões podem ajudar a quebrar ciclos de autossabotagem.
O Amor como Caminho de Cura
A boa notícia é que, ao reconhecer e trabalhar esses padrões, é possível transformar a maneira como nos relacionamos. O amor, quando vivido de forma consciente, pode ser um caminho de cura e crescimento pessoal. Ele nos convida a enfrentar nossos medos, a nos conhecer melhor e a nos permitir ser vulneráveis.
Então, se você percebe que tem se autossabotado no amor, não se culpe. Esse é um processo comum e, acima de tudo, humano. O importante é estar disposto a olhar para dentro e entender que, muitas vezes, o maior obstáculo para o amor verdadeiro está dentro de nós mesmos.
E você, já parou para pensar como o seu inconsciente pode estar influenciando suas escolhas afetivas? Compartilhe suas reflexões nos comentários e vamos juntos desvendar os mistérios do coração!
Espero que este artigo tenha sido útil e inspirador para você. Se gostou, não deixe de compartilhar com amigos e continuar acompanhando o blog para mais conteúdos sobre psicologia e psicanálise. Até a próxima!
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