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O Valor de Revisitar o Passado na Psicoterapia: Por Que Olhar Para Trás Pode Ser a Chave Para Seguir Em Frente?

  • Foto do escritor: Por Carolina Girardelli
    Por Carolina Girardelli
  • 2 de abr.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 12 de abr.


As pegadas que herdamos - como a relação com nossos cuidadores molda quem somos hoje.


PARA REFLEXÃO:

Observe esta cena: mãe e filha caminham deixando marcas na areia, mas seguem adiante sem olhar para trás. Na terapia, descobrimos que essas pegadas emocionais da infância não desaparecem - apenas se tornam invisíveis quando não as encaramos. Revisitar o passado é como parar, virar-se e examinar conscientemente esses rastros... para então decidir com clareza que caminho tomar a seguir.


Por Que Voltar ao Passado na Terapia?

Quantas vezes você já ouviu frases como "deixe o passado para trás" ou "o que passou, passou"? A imagem que abre este artigo nos mostra justamente o contrário: as marcas do passado permanecem, mesmo quando não as estamos olhando diretamente.


Na psicoterapia, especialmente na psicanálise, revisitar o passado não é um exercício de nostalgia ou sofrimento - é um caminho necessário para entender quem somos hoje. Mas por que mexer em lembranças que, muitas vezes, doem? A resposta é simples e poderosa: o passado não fica para trás. Ele se repete em nossos comportamentos, relacionamentos e até nos sintomas que trazemos para o divã.


O Passado Vive no Presente

Você já percebeu como certas situações despertam reações intensas em você, mesmo que pareçam insignificantes para os outros? Um tom de voz específico, um tipo de rejeição ou até um cheiro familiar podem acionar respostas automáticas, quase como um "piloto automático" emocional.


Isso acontece porque nossa mente guarda experiências antigas - principalmente as da infância, representadas na foto pela figura materna - que moldam nossa forma de ver o mundo. Se um dia você aprendeu que "ser perfeito" era a única forma de ser amado, pode carregar essa cobrança até hoje, mesmo sem perceber.


Revisitar Para Ressignificar

O objetivo da terapia não é reviver a dor, mas entender como ela influencia seu presente. Ao falar sobre memórias difíceis em um ambiente seguro, com a ajuda de um profissional, você:


  • Desfaz armadilhas inconscientes (como repetir padrões em relacionamentos);

  • Diminui a carga emocional de lembranças traumáticas;

  • Recupera a autonomia, percebendo que hoje você tem recursos que não tinha no passado.


É como reescrever a história representada na foto: os fatos (as pegadas já deixadas) não mudam, mas o significado que damos a eles pode transformar completamente seu caminho adiante.


"Mas Não Quero Ficar Preso no Passado!"

Algumas pessoas temem que explorar memórias antigas as deixará paralisadas. Porém, o processo terapêutico não é um mergulho sem volta - é uma viagem de ida e volta, onde você leva insights para transformar sua vida atual.


Freud capturou essa ideia de forma poética em sua obra Novas Conferências Introdutórias sobre Psicanálise (1933), quando escreveu: "Wo Es war, soll Ich werden" - que podemos traduzir como "Onde isso era, eu devo existir".


Na prática, isso significa que ao trazer à tona o que estava oculto (como as pegadas que não víamos na foto), ganhamos liberdade para escolher como agir, em vez de repetir velhos scripts inconscientes.


Como Começar?

Se você se identifica com a imagem das pegadas na areia e sente que sombras do passado ainda influenciam seu presente, a terapia pode ser um espaço para:


  1. Identificar padrões (ex.: por que sempre escolho parceiros distantes?);

  2. Lembrar com afeto (nem tudo foi ruim - resgatar boas memórias também cura);

  3. Separá-lo do presente ("isso me machucou antes, mas hoje eu posso me proteger").


Conclusão: O Passado Como Aliado

Assim como na foto que ilustra este artigo, todos carregamos pegadas emocionais de nossas histórias. Revisitar o passado na terapia não é sobre culpa ou vitimização - é sobre reconhecer essas marcas para que não comandem seu caminho à sua revelia.


E você? Já parou para observar que pegadas do passado ainda guiam seus passos atuais? O autoconhecimento começa com uma simples pergunta: "De onde vem isso?"


Gostou do artigo? Compartilhe suas reflexões nos comentários!




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© 2025 por Carolina Girardelli, Psicóloga e Psicoterapeuta.

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